Uma herança do caos político

A Braskem (BRKM5), cujos principais acionistas são atualmente a Odebrecht e a Petrobras, é uma empresa química e petroquímica brasileira, líder mundial na produção de biopolímeros e sexta maior fabricante mundial de resinas plásticas. A companhia foi fundada em 2002 já como a maior petroquímica da América Latina, pela fusão de seis empresas do setor, e opera atualmente quarenta e uma plantas industriais, das quais vinte e nove no Brasil, seis nos Estados Unidos, quatro no México e duas na Alemanha.

Nos anos seguintes, a empresa continuou seu processo de consolidação petroquímica através de novas aquisições. Entre os destaques, a companhia juntou-se à Petrobras e à Ultrapar no que seria a maior incorporação da história do Brasil, quando as três companhias adquiriram o Grupo Ipiranga. Enquanto a Petrobras e a Ultrapar compartilharam as operações de distribuição de combustível, a Braskem assumiu a Ipiranga Petroquímica, operação petroquímica do Grupo Ipiranga.

A Braskem foi acusada de pagar propina a políticos e funcionários da Petrobras em investigações sobre suposto acerto de preços para compra da nafta, matéria-prima da industrial petroquímica, bem como obter aprovações em matérias legislativas. Como resultado final das investigações da Operação Lava-Jato, a companhia assinou um acordo de leniência no valor de R$ 3,1 bilhões.

Em processo de desinvestimento para concentrar suas operações na exploração e produção de óleo e gás, a Petrobras anunciou recentemente que está em vias de vender sua participação na companhia. Foi o gatilho para as ações subirem nos últimos meses.

 Passado o furacão político, Braskem é uma companhia altamente lucrativa, apresentando um ROIC de 24% nos últimos doze meses, e negociando a múltiplos reduzidos. E ainda existe a opção de a companhia emitir ações no exterior e ser precificada lá fora. A grande diferença em BRKM é que o preço baixo nos protege. BRKM negocia a apenas 4,9X EV/ Ebit, enquanto suas competidoras negociam ao redor de 8x.