Invista como casamentos católicos: para a
vida inteira. – Warren Buffett
O título deste
texto é um tema que, embora recorrente no mundo dos investimentos, é muito pouco
compreendido na minha opinião. Embora a maioria dos investidores encha a boca
para citar Buffett ou outros grandes nomes, afirmando-se investidores de longo
prazo, existe uma grande área cinzenta sobre o que seria de fato esse tal
“longo prazo”.
Para responder
essa questão espinhosa, vamos usar a estratégia da via inversa, ou seja, vamos
definir o que NÃO é longo prazo. Antes de mais nada, ele não é uma regra
de bolo. Muito se discute em termos de anos. Alguns dizem dez anos, outros cinco, e
outros gostam de dizer que como estamos no Brasil, bem..., acima de doze meses
já poderíamos tratar como longo prazo. Esse pensamento, muito usual e com algum
ar de ciência, pode levar a conclusões prejudiciais nos processos de
investimento.
A ideia do longo
prazo é justamente não ter um limite temporal. O investidor, seja ele um profissional
ou um pequeno investidor, nesse caso, deveria enxergar a bolsa de valores não
como um fim em si, onde se ganha e se perde antecipando movimentos do mercado.
As grandes fortunas são justamente construídas quando se usa a Bolsa simplesmente como um
instrumento para entrar em contato com projetos sólidos, lucrativos, formado
por pessoas competentes e honestas, e barreiras à entrada de potenciais
concorrentes.
Portanto, a
mentalidade de um investidor de longo prazo assemelha-se a de um empresário ou
a de um empreendedor. Você acumula patrimônio sendo sócio em empreendimentos
com lucros recorrentes e crescentes ao longo do tempo. Note que enquanto a
empresa permanece gerando caixa sobre seu capital investido, não há muitos
motivos para que você desfaça essa sociedade, concorda? Ou imagine o que teria
acontecido se o trio comandado por Jorge Paulo Lemann tivesse vendido suas
ações da Brahma, comprada em 1989 após uma alta de algumas dezenas percentuais?
Claro, existem
momentos de vender a sua participação: quando aparece um comprador eufórico
disposto a pagar MUITO acima de suas expectativas de rentabilidade, ou quando,
por algum motivo, a companhia perde sua característica estrutural que lhe
garantia retornos excepcioinais. Esses momentos, no entanto, são muito mais
raros do que a insanidade dos mercados financeiros faz parecer.
Portanto, meus
amigos, o longo prazo não é uma medida de tempo, mas uma filosofia de
investimento. Como diria Charlie Munger, você não ganha dinheiro comprando e
vendendo, mas sentando e esperando. Casamentos católicos são feitos para durar
para sempre. Sabemos que nem sempre isso acontece, por isso é importante um
constante e diligente monitoramento de seus fundamentos, sem, contudo, a
necessidade de atividade constante.
Não se engane, o
buy and hold (comprar e segurar uma posição) não é simples. Não confunda com o
buy and forget (comprar e esquecer). Como diria Pascal, a maioria
dos problemas dos homens vem da sua incapacidade de sentar em uma sala vazia e não
fazer nada - somente pensar. É fundamental que você tenha o perfil correto,
pois não é tarefa fácil. O investidor de longo prazo simplesmente não tem um
horizonte pré-determinado para a venda, pois não é desse movimento que ele tira
o seu ganho. Mas sim tornando-se sócio de grandes negócios e de seus ganhos
exponenciais ao longo do tempo.
Welcome back!
ResponderExcluirQue bom que o Barganhas da Bolsa voltou!!! Para descomplicar o que os investidores adoram complicar!
ResponderExcluirFeliz pelo retorno
ResponderExcluirBem vindo de volta. Aguardando atualizações sobre a fórmula do Joel Greenblatt
ResponderExcluirForte abraço