quarta-feira, 28 de outubro de 2015

A Bolsa brasileira atingiu seu fundo?


Muito tem se discutido nas últimas semanas se, após anos em queda, a Bolsa brasileira atingiu seu fundo - ponto mínimo antes de um ciclo virtuoso. Isso porque, em meio a toda essa confusão no cenário interno e incertezas no campo internacional, o Ibovespa apresentou uma queda de 24% de maio a setembro deste ano. Olhando o mesmo período sob o prisma do investidor estrangeiro, que representa metade das negociações, essa queda pula para 42%.


Para surpresa de todos, sem qualquer melhora no quadro interno ou nas incertezas internacionais, eis que no mês corrente o índice tem mostrado uma auspiciosa recuperação de +7% (10% em dólar).

Surge então a pergunta de um milhão de reais (ou de dólares se preferir): já chegamos ao ponto de virada da Bolsa? É hora de entrar e aproveitar o novo ciclo positivo que pode estar se iniciando? O que você me diz?

Em minha opinião, em se tratando de uma carteira de longo prazo simplesmente não importa se o Ibovespa já tocou ou não seu ponto mínimo. O que podemos ver no gráfico, ainda que com bastante imprecisão, é que de fato já estamos em um ponto com mais espaço para alta do que para queda. Existem, no entanto, três fatos realmente importantes que você deve levar em consideração:
  
 1. Ninguém irá lhe avisar quando alcançarmos o ponto de virada (se é que já não chegamos, quem sabe?), e quando esses momentos chegam os mercados costumam reagir de forma muito rápida. Cravar que a Bolsa já fez sua inflexão e está de fato surfando uma nova tendência altista não é nada trivial até que tenha um movimento de pelo menos +50%.


  2. É verdade que nosso País atravessa uma fase terrível nas esferas econômica e política, e que enfrenta grandes riscos à frente, mas o desconto atual das ações já precifica, em algum grau, essa realidade caótica. Talvez não o suficiente, talvez mais do que suficiente. Só o tempo dirá.

  3. Alguns podem argumentar que apenas porque a Bolsa já caiu bastante não significa que esteja barata em termos de P/L. Isso é verdade. Mas surpresas boas acontecem de um jeito engraçado com ações baratas ao longo do tempo. Alguns riscos potenciais acabam não se materializando e, às vezes, eventos positivos surgem sem aviso prévio (quem disser que previu o boom das commodities na década passada estará mentindo), com efeito imediato sobre os lucros das empresas.



Conclusão
A pergunta do título desse texto era meramente uma provocação. Eu não sei a resposta, e abra o olho com quem lhe disser que sabe (em caso de sim ou de não), simplesmente porque essa questão depende de tantas variáveis aleatórias que seu cálculo se torna impossível para a mente humana. Foque no que é administrável, compre ações de boas empresas oferecidas com desconto pelo mercado, e deixe os exercícios de adivinhação para os orgulhosos.


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